Vou postar aqui a pura expressão de arte e de alguns pensamentos meus e de amigos...

Sou bruxa...sou fada...sou menina e sou mulher!!!

Minha foto
são paulo, s.p, Brazil
sou taróloga(Tarôt das Bruxas),artista plástica(Pinturas místicas),terapeuta corporal,pisciana a flor da pele,sensivelmente forte,mística e bruxa com muito orgulho!!!

29 de ago. de 2007

A Deusa como Divindade Primordial.





A Deusa como Divindade Primordial.

A Deusa foi a primeira divindade
cultuada pelo homem pré-histórico.
Suas inúmeras imagens encontradas
em sítios arqueológicos do mundo representavam
a fertilidade - da mulher e da Terra. Por ser a
mulher a doadora da vida atribuiu-se
à Fonte Criadora Universal a condição
feminina e a Mãe Terra tornou-se o
primeiro contato da raça humana com o Divino.

Nossa sociedade ocidental formada sob
a égide da mitologia judaico-
cristã se afastou de nossas origens; fomos
criados condicionados por uma cosmologia
desprovida de símbolos do Sagrado
Feminimo, a não ser Maria, Mãe Divina,
que não tem os atributos divinos, reconhecidos
apenas ao Pai e ao Filho e é substituída na
Trindade pelo conceito de Espírito Santo.
Maria é, quando muito, a intermediária
para a atuação dos poderes do Deus...
"peça à Mãe que o Filho concede..."
Mas Maria não é a Deusa, senão um de
seus aspectos mais aceitos pela sociedade
patriarcal, de coadjuvante do Deus,
reproduzindo o
fenômeno social do patriarcado em
que a mulher auxilia o homem, mas sempre
lhe é inferior e, por isso, deve submeter-se à sua
autoridade.

A ausência de uma Deusa nas mitologias
pós-cristãs se deve ao franco predomínio
do patriarcado, predomínio esse que nos trouxe,
ao final do século XX, a uma sociedade
norteada pelos valores da competição selvagem,
da sobrevivência do mais forte, da violência,
do predomínio da razão sobre a emoção. Mas
a Deusa está ressurgindo.
Desde a década de 60, a descoberta da
Terra como valor mais alto a preservar
sob pena de não mais haver espécie humana
fez decolar a consciência ecológica e o
renascimento dos valores ligados à Deusa:
a paz, a convivência na diversidade, a cultura,
as artes, o respeito a outras formas de vida
no planeta.

Cultuar a Deusa hoje significa reconsagrar
o Sagrado Feminino,
curando, assim, a Terra e a essência humana.
Sabemos que nossa
psique contém aspectos masculinos e femininos.
Aceitar e respeitar a Deusa como polaridade
complementar do Deus é o primeiro passo
para a cura de nossa fragmentação
dualística interior. A Deusa é cultuada
como Mãe Terra, representando a plenitude
da Terra, sua sacralidade.
Sobre a Terra existimos e, ao fazê-lo, estamos
pisando o corpo dela, aqui e agora, muito diferente
da crença em um deus Onipotente e
distante, que vive nos céus.. A Deusa é
a Terra que pisamos, nossos irmãos animais
e plantas, a água que bebemos, o ar que
respiramos, o fogo do centro dos vulcões,
os rios, as cores do arco-íris, o meu corpo,
o seu corpo... A Deusa está em todas as coisas...
Ela é Aquela que Canta na Natureza...
Ela é aquela que Dança a Vida...
Cultuar a Deusa não significa substituir o
Deus ou rejeitá-lo:
ambos, Deus e Deusa são as duas faces
do Todo. A Deusa é a criadora primordial,
o Deus é o primeiro criado, e sua dança
conjunta e eterna, em espiral, representa a
eterna dança da vida.

A Deusa também é a Senhora da Lua e,
mais uma vez, a explicação
desse fato remonta às cavernas em que já
vivemos. O homem pré-
histórico desconhecia o papel do homem
na reprodução, mas conhecia muito bem
o papel da mulher. E ainda considerava
a mulher envolta em uma aura mística,
porque sangrava todo mês e não morria,
ao passo que para qualquer dos homens
sangrar significava morte. Portanto, a mulher
devia ser muito poderosa.

Os últimos anos têm assistido o fenômeno do
ressurgimento do
arquétipo do divino feminino na cultura, nas artes,
na ciência e no
psiquismo das pessoas. Fazem parte desse
renascimento a preocupação ecológica, as
manifestações pela paz, o ressurgimento
de religiões baseadas na natureza, pondo em
relevo valores femininos: o respeito à Mãe Terra,
o reconhecimento dos seres humanos como irmãos
dos demais seres, a ênfase na conciliação dos sexos
e das pessoas, ao invés da competição, a paz ao
invés dos conflitos, as terapias naturais respeitando
o corpo e a Terra, a volta dos oráculos e das
práticas xamânicas.

Todas as Deusas são uma única Deusa,
múltiplas manifestações da
Grande Mãe. Cultuar a Grande Deusa
pode se manifestar no culto a um ou
mais dos arquétipos que a representem nas
diversas culturas do mundo. Assim, sejam
as Lilith e a Shequinah judaicas, a babilônia
Inanna, a havaiana Pele, a chinesa Kwan-In,
a japonesa Amaterasu, a inca Ixchel,
as africanas Yemanjá e Oyá, ou as hindus
Sarasvati e
Kali, sempre se estará prestando culto à mesma
e única Deusa. As
diferentes mitologias enumeram milhares de
nomes de Deusas,
correspondendo a aspectos ou atributos
diversos. Assim, se
escolhemos nos conectar com as Deusas
Afrodite ou Ishtar ao
procurarmos trabalhar a energia do amor,
o fazemos porque essas
formas do arquétipo, por disposição de milênios,
mais se aproximam
dessa energia. Se precisamos tratar de estudos
ou escrita,
criatividade nas artes, invocamos Atena ou
Saravasti, por exemplo.

É fácil entender porque a mulher era identificada
com a Deusa, ou,
melhor dizendo, porque a primeira divindade
conhecida tinha que ter
caracteres femininos. Ainda mais quando as
pessoas descobriram que a gravidez durava
10 lunações e a colheita e o suceder das estações
seguia um ciclo de 13 meses lunares. O primeiro
calendário do homem pré-histórico foi mostrado
nas mãos da famosa estatueta da Vênus de Laussel,
que segura em sua mão um chifre em forma de
crescente, com 13 talhos que representam as
lunações. Por sua conexão com a Lua e a mulher,
a Deusa é cultuada em 4 aspectos: a Donzela,
que corresponde à Lua Crescente; a Mãe,
representada na Lua Cheia; a Anciã, simbolizada
na Lua Minguante; e a Sacerdotisa, na Lua Nova.

Na tradição da Deusa, a Donzela é representada
pela cor branca e
significa os inícios, tudo o que vai crescer,
o apogeu da juventude,
as sementes plantadas que começam a germinar,
a Primavera, os
animais no cio e seu acasalamento; ela é a Virgem, a mulher
que se
basta, independente e auto-suficiente.
Como Mãe, a Deusa está em sua plenitude;
sua cor é o vermelho, sua época é o verão;
significa
abundância, proteção, procriação, nutrição,
os animais parindo e
amamentando, as espigas maduras, a prosperidade,
a idade adulta. Ela é a Senhora da Vida,
face mais acolhedora da Deusa.

Por fim, a Deusa é a Anciã, que é a
Mulher Sábia, aquela que atingiu a
menopausa e não mais verte seu sangue,
tornando-se assim mais
poderosa por isso. Simboliza a paciência,
a sabedoria, a velhice, o
anoitecer, a cor preta. A Sacerdotisa é a
Deusa em sua face Negra da Ceifeira, a
Senhora da Morte. Aquela que precisa agir para
que o
eterno ciclo dos renascimentos seja perpetuado.
Esta é o aspecto com que mais dificilmente
nos conectamos, porém, a Senhora da Sombra,
a Guardiã das Trevas e Condutora das Almas
é essencial em nossos processos vitais.

Assim, aqueles que seguem o Caminho da
Deusa celebram a chamada Roda do Ano,
constituida pelos 8 Sabbats celtas que marcam
a passagem das estações. Ao celebrar os Sabbats
cremos que estamos ajudando no giro da roda da
Vida, participando assim de um processo de co-criação
o mundo.



As Deusas nos Primórdios da Humanidade.

Nos quatro cantos do mundo,as primeiras divindades
eram mulheres: Pótnia, Astarte, Ísis, Amaterazu,
Nu Gua. Nas antigas sociedades, elas representavam
o começo e o fim de tudo.Hoje , ajudam a entender o
passado remoto dos homens.

Em Çatal Huyuk, na Turquia, a estatueta de uma
mulher sentada num trono e ladeada por duas panteras,
em cujas cabeças ela coloca as mãos, sugere ao
mesmo tempo a imagem da mãe e da senhora da
natureza. Suas formas generosas — quadris
largos e seios grandes— reforçam ainda mais
essa idéia. O nome da figura feminina é Pótnia,
a deusa de Çatal Huyuk, a mais antiga cidade que
se conhece do período Neolítico, cerca de 10 mil
anos atrás. De Pótnia nasceram outras divindades
femininas também adoradas pelos homens
pré- históricos. Sua estatueta, esculpida por volta
de 6500 a.C., foi uma das muitas encontradas
na Europa e no Oriente Médio, algumas mais
antigas, do Paleolítico Superior (de 50 mil a 10 mil
anos atrás).

Essas descobertas levaram historiadores e
arqueólogos a sugerir que, bem antes de venerar
deuses masculinos, os antepassados do homem teriam
adorado as deusas, cujo reinado chegou até a Idade
do Bronze, há cerca de 5 mil anos.

Não se sabe a rigor o exato significado daquelas
estatuetas, até
porque pouco ou quase nada se conhece dos
costumes dos homens pré-históricos. Mas não resta
dúvida de que por um bom tempo as deusas reinaram
sozinhas, deixando os poderes masculinos à sombra.
Em seu livro Um é o outro, a filósofa e professora
francesa Elisabeth Badinter tenta explicar a
supremacia feminina a partir do que se supõe
teriam sido as relações entre homens e
mulheres naquelas épocas distantes.

A idéia é que o homem do Neolítico—ao contrário
dos seus
antecessores do Paleolítico, que eram caçadores,
e dos seus
descendentes da Idade do Bronze, guerreiros—
dedicava-se à criação de rebanhos e à agricultura.
Ou seja, já não era necessário arriscar a vida para
sobreviver. Nesses tempos relativamente pacíficos,
em que a força bruta não contava tanto como
fator de prestígio e as diferenças sociais entre os
sexos se estreitavam, é bem possível
que deusas—e não deuses—tivessem encarnado as
principais virtudes da cultura neolítica.

Entre as centenas de estatuetas encontradas,
algumas têm em comum os seios fartos e os
quadris volumosos como Pótnia. Talvez a mais
famosa seja a Vênus de Willendorf, encontrada
às margens do rio Danúbio, na Europa Central.
Nela, os seios, as nádegas e o ventre formam uma
massa compacta, de onde emergem a cabeça
e as pernas — na
verdade, pequenos
tocos. Igualmente reveladora é a
Vênus de Lespugne, descoberta
na França: embora mais estilizada,
guarda as mesmas características
de sua irmã de Willendorf.

Mas, das esculturas pré- históricas
encontradas até hoje, são raras
as que apresentam os traços femininos
tão exagerados — o que dá
margem a um debate sobre o que
significava afinal a figura feminina
(devidamente divinizada) nos
primórdios das sociedades humanas.
Os historiadores tendem a achar que
os primeiros homens a viver em grupos
organizados davam mais importância
à sexualidade feminina do que à
fertilidade, embora não seja nada
fácil separar uma coisa da outra.
No entanto. a imagem à qual acabaram
associadas foi a da maternidade.
Há quem não concorde. "Traduzir
o culto dos ancestrais às deusas
como simples exaltação à fertilidade
é simplificar demais", comenta a
historiadora e antropóloga Norma
Telles, da PUC de São Paulo, que
estuda mitologia praticamente desde
criança. "Na realidade, a deusa não é
aquela que só gera. Ela é também
guerreira, doadora das artes da
civilização, criadora do céu, do tecido
e da cerâmica, entre muitas outras coisas."

De fato, em muitos mitos, a deusa
aparece como quem dá o grão aos
homens, e não apenas no sentido
literal de nutrição. Assim, por
exemplo, Deméter, venerada pelos
gregos como a deusa da colheita,
ajudava a cultivar a terra — arar,
semear, colher e transformar os
grãos em farinha e depois em pão.
Deméter ensinava ainda os homens
a atrelar as animais e a se organizar.
Os gregos explicaram a origem do
mundo com outro mito feminino:
o da deusa Gaia. Doadora da sabedoria
aos homens, ela limitou o Caos—o
espaço infinito—e criou um ser igual
a ela própria: Urano, o céu estrelado.

Pouco depois, Eros, símbolo do amor
universal, fez com que Gaia e
Urano se unissem. Desse casamento
nasceram muitos filhos e, assim, a Terra
foi povoada. A crença de que o Universo
foi criado por uma divindade feminina está
presente em quase toda parte.

Ísis, a mais antiga deusa do Egito, tinha
dado a luz ao Sol. Na
Índia, Aditi era a deusa-mãe de tudo que
existe no céu. Na
Mesopotâmia, Astarte, uma das mais
cultuadas deusas do Oriente
Médio, era a verdadeira soberana
do mundo, que eliminava o velho e gerava
o novo. Essa idéia aparece com
clareza nas efígies datadas de 2 300 a.C.,
que mostram Astarte sentada sobre
um cadáver. Também para os chineses
foi uma deusa—Nu Gua — quem criou
a humanidade. Seu culto apareceu
durante o período da dinastia Han
(202 a.C.-220 d.C.). Representada
com cabeça de mulher e corpo
de serpente, a venerável Nu Gua
encarnava a ordem e a tranqüilidade.

Os chineses dizem que, cavando barro
do chão, ela moldou uma figura que,
para sua surpresa, ganhou vida e
movimento próprio.
Entusiasmada, a deusa continuou a
moldar figuras, mas a natureza
mortal de suas criaturas a
obrigava a repetir eternamente o
trabalho. Por isso, Nu Gua decidiu
que os seres deviam se acasalar
para se perpetuarem—daí também
ela ser considerada pelos antigos
chineses a deusa do casamento.
Do outro lado do mundo, na
América pré - colombiana, os
astecas tinham em Tlauteutli
sua deusa da criação. Para eles,
o Universo fora feito de seu corpo.
Os maias tinham igualmente sua
deusa-mãe. Era Ix Chel. De sua
união com o deus Itzamná nasceram
os outros deuses e os homens.

Com o passar do tempo, deuses e
homens passaram a dividir com as deusas
o espaço no Panteão, o lugar reservado
às divindades. Para
Elisabeth Badinter, isso acontece quando
a noção de casal vai
deitando raízes nas sociedades. Pouco a
pouco, da Europa Ocidental ao Oriente,
"reconhece-se que é preciso ser dois para
procriar e
produzir", escreve ela. Mas o culto à deusa
- mãe ainda não é
substituído pelo do deus - pai. O casal divino
passa a ser venerado
em conjunto. As deusas só serão
destronadas com o advento das
religiões monoteístas, que admitem
um só deus, masculino. Com a
difusão do cristianismo, as antigas deusas
são banidas do imaginário
popular.

No Ocidente, algumas acabaram
associadas à Virgem Maria, mãe do
Deus dos cristãos, outras se transformaram
em santas. Mas outras ou foram
excluídas da história ou acusadas
pelos padres de demônios e prostitutas.
As deusas das culturas indo-européias
tinham em comum o poder de criar,
preservar e destruir—davam a vida e
recebiam de volta o que se desfazia.
Esse aspecto destrutivo das divindades
femininas foi o mais atacado pelos
inimigos do politeísmo. A suméria Astarte,
por exemplo, não escaparia à ira nem
dos profetas bíblicos nem dos primeiros
cristãos: para uns e outros, ela era a
encarnação do diabo.

No império babilônico, Astarte foi
venerada sob o nome de Ishtar,
que quer dizer estrela. Nos escritos
babilônicos, ela é a luz do
mundo, a que abre o ventre, faz justiça,
dá a força e perdoa. A
Bíblia, porém, a descreveria como um
a acabada prostituta. A
importância dada ao lado violento,
destrutivo, talvez explique por
que a deusa hindu Kali Ma aparece no
filme de Steven Spielberg, O
templo da perdição, como a encarnação
da violência. Ela é a
sanguinária figura em nome da qual
se matam e torturam adultos e se
escravizam crianças.

No entanto, para os hindus, mais
especialmente para os tantras —
adeptos de uma derivação do
hinduísmo —, Kali é a deusa da
transformação e nesse sentido mais
filosófico é que ela é
destruidora, da mesma forma como
a passagem do tempo destrói.
Representada como uma mulher
negra com quatro braços e uma
serpente na cintura, pode aparecer
também com um colar de crânios no colo
e uma cabeça em cada mão.

Em seus templos, espalhados por
toda a Índia, realizavam-se
sacrifícios de búfalos e cabras. "Para os
orientais, Kali é a
desintegração contida na vida, visão
essa que nós ocidentais não
temos", interpreta a antropóloga Norma
Telles. Se Kali foi vista
como deusa sanguinária, outras
divindades compensavam tanta
violência. Sarasvati, a deusa dos rios,
era para os hindus a
inventora de todas as artes da civilização,
como o calendário, a
Matemática, o alfabeto original e até os
Vedas, o texto sagrado do
hinduísmo.

Também na América pré-colombiana,
sobretudo entre os astecas, o
culto às deusas e deuses incluía muitas
vezes sacrifícios humanos. A deusa Tlauteutli
é um bom exemplo. Um dia, os deuses
descobriram que ela ficaria estéril, a menos
que fosse alimentada de corações
humanos. Na verdade, os astecas tinham
uma visão apocalíptica do
mundo: se não alimentassem a deusa,
a Terra se acabaria.

Mas, à medida que começava a crescer
o culto à deusa da maternidade, Tonantzin,
diminuía o interesse dos astecas pelos
deuses aos quais se faziam sacrifícios
sangrentos. Mais tarde, com a
chegada dos conquistadores espanhóis,
Tonantzin foi identificada com a Virgem
Maria. Isso acabaria acontecendo também
com a deusa Ísis. Cultuada no Egito e no
mundo greco - romano, ela representava
a energia transformadora. Casada com o
deus Osíris, morto pelo próprio irmão,
Ísis não sossegou enquanto não lhe restituiu
a vida. A lenda conta que as enchentes do
Nilo eram causadas pelas lágrimas da
deusa que pranteava a morte do amado.
Por isso, as festas em sua homenagem
coincidiam sempre com a época das cheias.
É evidente que, ao festejá-la,
os egípcios comemoravam a generosa
fertilidade do rio Nilo. Nos
primeiros séculos cristãos, Ísis passou a
ser identificada com
Maria.

Já a deusa Brighid, cultuada pelos celtas,
ancestrais dos
irlandeses, foi transformada pelo cristianismo
em Santa Brigida. A
veneração daquele povo por Brighid era
tanta que ela era chamada
simplesmente "a deusa". Dona das
palavras e da poesia, era também a
padroeira da cura, do artesanato e
do conhecimento. As festas em sua
homenagem se davam no dia
1º de fevereiro, antecipando a chegada
da primavera. Na história cristã, a
santa nasceu no pôr-do-sol, nem dentro
nem fora de uma casa, e foi alimentada
por uma vaca branca com manchas
vermelhas. Na tradição irlandesa,
a vaca era considerada sobrenatural.

Antes mesmo da chegada das religiões
monoteístas, os mitos dizem que o
convívio entre deuses e deusas começou
a se tornar difícil e a igualdade dos
poderes divinos começava a ficar abalada.
Assim, por
exemplo, Amaterazu, a deusa japonesa
do Sol, de quem descendiam os
imperadores, não se dava muito bem
com o deus da tempestade. Conta a lenda
que certo dia ele foi visitar os domínios
da deusa e acabou por destruir seus campos
de arroz. Furiosa, Amaterazu resolveu
vingar-se trancando-se numa caverna —
o que deixou o mundo às escuras. Depois
de um tempo, como ela não saísse da
caverna, uma multidão de deuses e
deuses menores decidiu armar uma
estratégia para convencê-la a mudar de idéia.

Assim, colocaram diante da caverna
um espelho que refletia a imagem
do deus da tempestade, como se ele
estivesse enforcado numa árvore, e
começaram a dançar.

Atraída pela música, a deusa decidiu sair
para ver o que acontecia.
Ao deparar com a imagem no espelho
ficou feliz e voltou ao mundo.
Com isso, tudo se normalizou e os dias
continuaram a suceder às
noites. Outro exemplo dos conflitos entre
as divindades é o caso da
deusa grega Deméter e seu marido Hades,
o deus do mundo dos mortos.
Eles começaram a brigar pela guarda
da filha Perséfone e a questão
só foi resolvida com a mediação de
Zeus, o deus supremo do Olimpo.

Simbólicamente, ele determinou que
a menina ficasse com cada um seis
meses por ano. Das deusas veneradas
no mundo antigo, não houve tantas nem
tão famosas como as da mitologia
greco - romana. Afrodite (Vênus, em Roma)
talvez fosse a mais popular de todas, por
encarnar o amor e as formas belas da natureza.

Já Ártemis (Diana) era a caçadora solitária,
senhora dos bosques e
dos animais. Seus lugares preferidos
eram sempre aqueles onde o
homem ainda não tinha chegado.
Atena (Minerva) protegia a cidade, as casas
e as famílias. O predomínio que as divindades
femininas
exerceram ao longo do tempo
levou alguns pesquisadores do século XIX
a supor que na pré-história as mulheres
detiveram alguma forma de autoridade
política. Não há registros arqueológicos
que confirmem isso — hoje os
especialistas não admitem que tenha existido
alguma
sociedade cujo controle estivesse com as
mulheres. Mas também é
certo que nos tempos pré-históricos, quando
era outra a divisão
social do trabalho, as mulheres tinham
um papel preponderante na
luta pela sobrevivência do grupo. É
impossível saber com exatidão
quando e por que deixou de ser assim.
De uma coisa, porém, não se
duvida: foram os homens quem primeiro
traçaram a mitologia das
deusas.


O Retorno das Deusas.

Como "Deusa" é caracterizado um tipo
complexo de personalidade
feminina que reconhecemos intuitivamente
em nós, nas mulheres a
nossa volta e também nas imagens e ícones
que estão em toda a nossa cultura.
Segundo a teoria junquiana, as deusas
são arquétipos, fontes derradeiras
de padrões emocionais que fluem
de nossos pensamentos, sentimentos,
instintos e comportamentos,
caracterizados e tipificados como
puramente "femininos". Tudo que
realizamos e gostamos, toda a
paixão, desejo e sexualidade, tudo
que nos impele à coesão social e
à proximidade humana, assim como todos
os impulsos, tipo absorver, reproduzir
e destruir, são associados ao arquétipo
universal feminino. Tais conceitos nos
foram deixados como herança pelos gregos
e todas as culturas antigas, que
percebiam estas energias não como
abstrações destituídas de alma, mas sim
como forças espiritualmente vitais. Quando
tais forças se manifestavam num certo
comportamento ou experiência, o
denominavam de "compulsão de deuses
e deusas".

Quando o amor e a paixão aflorava
auxiliado pela convulsão hormonal,
os antigos se reportavam a história
da bela Afrodite que
transtornava o estado de espírito,
o sono, os sonhos e a sanidade
mental do apaixonado.

Na Grécia, as mulheres percebiam que
uma vocação ou profissão as
colocava sob o domínio de uma determinada
deusa a elas veneravam. No íntimo
das mulheres contemporâneas as deusas
existem como arquétipos e podem cobrar
seus direitos e reivindicar domínio sobre
suas súditas. Mesmo sem saber a qual
deusa está submissa, a mulher ainda
assim deve dar sua submissão a
um arquétipo determinado por uma época
de sua vida ou por toda a existência.
Jung chama o arquétipo das
deusas de "Transformadoras", porque
tendem a surgir em momentos
de mudança em nossa vida, como
na adolescência, casamento, morte
de um ente querido, modificando
totalmente nossos sentimentos,
percepções e comportamentos. Uma vez
que a mulher se torne consciente das
forças que a influenciam, adquire total
poder sobre este conhecimento. As
deusas embora invisíveis, são poderosas
e modelam e influenciam o comportamento
e emoções. Quanto mais uma mulher souber
sobre suas deusas dominantes, mais
centrada ela se tornará, tendo o perfeito
domínio sobre seus instintos,
habilidades e possibilidades de encontrar
um significado especial através
das escolhas que fará.

Os padrões de deusa também afetam
o relacionamento com os homens.
Diga-me qual homem que escolhestes
que te direi as deusas que moram
dentro de ti. Realmente esta escolha
ajuda e elucidar afinidades e dificuldades
pelas quais passa a mulher que o escolheu.

Temos que ter em mente que, toda
mulher tem dons concedidos pelas
deusas, mas ela deve aprender
a descobri-los e aceitá-los com gratidão.
Mas toda mulher também tem deficiências
concedidas pelas deusas que deve
reconhecer e superar para que possa trilhar
o caminho do autoconhecimento e realização.

Os homens também são influenciados
pelas várias deusas, pois estas certamente
espelham as energias femininas na
psique masculina,
embora, via de regra, os homens
vivenciam-nas como exteriores a si
próprios, ou seja, através das mulheres
pelas quais são atraídos ou
pelas quais se sentem fortemente
provocados. Descomplicando, os
homens vivenciam as deusas
projetando-as nas mulheres de sua vida
e nas imagens específicas da mídia
que lhes causem deleite ou aversão.
Uma melhor compreensão sobre as
deusas, fará com que este mesmo homem
compreenda o porque de sua atração
por certas mulheres e o fracasso
com outras, permitindo então, que ele
comece a fazer as escolhas certas.

Muito embora as culturas guerreiras
tenham dominado vasto período do história,
o culto à Deusa Mãe sobreviveu e floresceu
até a época dos romanos. Esta
Grande Deusa era venerada como
progenitora e
destruidora da vida, responsável pela
fertilidade e destrutibilidade
da natureza. E, ainda hoje, Ela é
percebida como um arquétipo no
inconsciente coletivo.

As deusas diferem uma da outra.
Cada uma delas têm traços
positivos e outros negativos. Seus mitos
mostram o que é importante para elas e
expressam por metáfora o que uma
mulher que se assemelha a elas deve
fazer. Todas estão presentes no interior
de cada mulher. Quando diversas deusas
disputam o domínio sobre a psique de uma
mulher, esta precisa decidir que aspecto
de si própria expressar e quando expressá-lo.

Infelizmente o triunfo dos tempos modernos
tornou-se o triunfo do
cristianismo e de um Deus Pai Único e
Supremo. Os cultos à Grande
Deusa Mãe foi se tornando disperso,
suprimido e distorcido. A
maioria das civilizações atuais, tornaram-se
filhas de uma família
divorciada. Agora vivem apenas o Pai e
estão proibidas de mencionar
o nome da Mãe ou de qualquer
lembrança sutil daquelas épocas alegres
e amorosas em que se vivia em seus
braços e na segurança de seu caloroso
colo. Tendo apenas o Pai para nos
orientar, nós, a despeito de seu amor,
tornamo-nos endurecidos, implacavelmente
heróicos e severamente puritanos ao tentar
esquecer a segurança perdida e a confiança
sensual na terra que outrora
a Mãe nos proporcionava.

Nos quatros cantos do mundo,
porém mais proeminente nos países
ocidentais, estamos testemunhando
um discreto redespertar do
feminino, uma sublevação profunda
no âmago da consciência das
mulheres. Muitos homens temem e
contestam este processo, outros
entretanto sentem-se desafiados
e estimulados. Observadores mais
radicais denominaram este movimento
como o "Retorno da Deusa",
porque ele parece sugerir a própria
antítese da sociedade patriarcal.

É urgente que compreendamos a natureza
e a condição dos arquétipos femininos
que estão despontando do inconsciente
coletivo da nossa cultura. Os sonhos e as
experiências interiores de homens e mulheres,
temas tratados por romancistas e pela mídia
do mundo inteiro, ressaltam imagens ao
mesmo tempo antigas (mitológicas),
mas radicalmente novas do feminino que
vão chegando à consciência. Estas
formas estão fermentando dentro
de nós, sendo capazes de transformar
os modos mais fundamentais de pensarmos
sobre nós mesmas.




Restituindo a Sacralidade da Deusa
no Mundo Moderno.

A Deusa foi a primeira divindade cultuada
pelo homem pré-histórico.
As suas inúmeras imagens encontradas em
vários sítios históricos e
arqueológicos do mundo inteiro
representavam a fertilidade - da
mulher e da Terra. Por ser a mulher a
doadora da vida atribuiu-se à
Fonte Criadora Universal a condição feminina
e a Mãe Terra tornou-se o primeiro
contato da raça humana com o divino.
Mas afinal, quem é essa Deusa?
Só o fato de termos que fazer
essa pergunta demonstra o quanto
nossa sociedade ocidental formada
sob a égide da mitologia judaico-cristã
se afastou de nossas origens.
Fomos criados condicionados por
uma cosmologia desprovida de símbolos
do Sagrado Feminino. A Deusa está
ressurgindo. Desde a década de 60,
reafirmando-se nas últimas, a descoberta
da Terra como valor mais
alto a preservar sob pena de não mais
haver espécie humana fez
decolar a consciência ecológica e o
renascimento dos valores ligados à
Deusa: a paz, a convivência na diversidade,
a cultura, as artes, o respeito a outras
formas de vida no planeta. Cultuar
a Deusa hoje significa reconsagrar o
Sagrado Feminino, curando, assim, a
Terra e a essência humana. Quer
sejamos homens ou mulheres,
sabemos que nossa psique contém
aspectos masculinos e femininos.

Aceitar e respeitar a Deusa
como polaridade complementar do Deus
é o
primeiro passo para a cura de nossa
fragmentação dualística
interior. A Deusa é cultuada como
Mãe Terra, representando a
plenitude da Terra, sua sacralidade.
Sobre a Terra existimos e, ao
fazê-lo, estamos pisando o corpo dela,
aqui e agora. A Deusa é a
Terra que pisamos, nossos irmãos animais
e plantas, a água que
bebemos, o ar que respiramos, o fogo
do centro dos vulcões, os rios,
as cores do arco-íris, o meu corpo,
o seu corpo... A Deusa está em
todas as coisas... Ela é Aquela que Canta
na Natureza... O Deus
Cornífero seu consorte, segue sua música
e é Aquele que Dança a
Vida... Cultuar a Deusa não significa substituir
o Deus ou rejeitá-lo.
Ambos, Deus e Deusa são da mesma moeda,
as duas faces do Todo.

A Deusa é a criadora primordial,
o Deus o primeiro criado, e sua
dança conjunta e eterna, em espiral,
representa a eterna dança da
vida. A Deusa também é a Senhora da Lua e,
mais uma vez, a
explicação desse fato remonta às cavernas
em que já vivemos. O homem pré-histórico
desconhecia o papel do homem na
reprodução, mas conhecia muito bem
o papel da mulher. E ainda considerava
a mulher envolta em uma aura mística,
porque sangrava todo mês e não morria, ao
passo que para qualquer dos homens
sangrar significava morte.
Portanto, a mulher devia ser muito
poderosa, ainda mais que conhecia o
"segredo" de ter bebês... É fácil entender
porque a mulher era identificada com a
Deusa, ou, melhor dizendo, porque
a primeira divindade conhecida tinha que
ter caracteres femininos.../ Ainda mais
quando as pessoas descobriram que a
gravidez durava 10 lunações e a colheita
e o suceder das estações seguia um ciclo
de 13 meses
lunares.

O primeiro calendário do homem
pré-histórico foi mostrado nas mãos
da famosa estatueta da Vênus de Laussel,
que segura em sua mão um chifre
em forma de crescente, com
13 talhos que representam as lunações.
Por sua conexão com a Lua e a mulher,
a Deusa é cultuada em 3 aspectos:
a Donzela, que corresponde à Lua Crescente,
a Mãe representada na Lua Cheia e
a Anciã, simbolizada na Lua Decrescente,
ou seja, Minguante e Nova. Na tradição
da Deusa a Donzela é representada pela
cor branca e significa os inícios, tudo o que
vai crescer, o apogeu da juventude,
as sementes plantadas que começam a
germinar, a Primavera, os animais no
cio e seu acasalamento. Ela e a Virgem,
não só aquela que é fisicamente virgem,
mas a mulher que se basta,
independente e autosuficiente.
Como Mãe a Deusa está em sua plenitude.
Sua cor é o vermelho, sua época o verão.
Significa
abundância, proteção, procriação,
nutrição, os animais parindo e
amamentando, as espigas maduras,
a prosperidade, a idade adulta.

Ela é a Senhora da Vida, a face
mais acolhedora daDeusa. Por fim, a
Deusa é a Anciã, que é a Mulher Sábia,
aquela que atingiu a
menopausa e não mais verte seu sangue,
tornando-se assim mais
poderosa por isso. Simboliza a paciência,
a sabedoria, a velhice, o
anoitecer, a cor preta. A Anciã também
é a Deusa em sua face Negra da Ceifeira,
a Senhora da Morte. Aquela que precisa
agir para que o eterno ciclo dos
renascimentos seja perpetuado.
Esta é o aspecto com que mais
dificilmente nos conectamos, porém,
a Senhora da Sombra, a Guardiã
das Trevas e Condutora das Almas
é essencial em nossos processos vitais.



Mulheres são tecelãs.

Tecem sonhos com fios de lágrimas.

Mulheres são tecelãs.

Tecem vidas em suas barrigas

Com esperanças e alegrias infantis.

Mulheres são feiticeiras.

Inventam magias e encantamentos.

E atraem e cativam com um simples olhar.

Mulheres são meninas.

Acreditam em príncipes e finais felizes.

Mulheres são guerreiras.

Enfrentam a luta com galhardia.

E não esmorecem mesmo quando cansadas.

Mulheres são sábias.

Trazem em si toda a sabedoria do mundo,

Ao repartir, entre os filhos, o pão, o carinho,

E o próprio tempo.

Mulheres são especiais.

Mulheres são seres próximos de Deus.

Mulheres são anjos.

Mulheres são mães.

A mais perfeita tradução do mistério da
eternidade da alma.



Lilith, Kali e o Feminino Sombrio.

Sim, eu sou a primeira e a última.

Sou a honrada e a desdenhada.

Sou a meretriz e a sagrada.

Sou a esposa e a virgem.

Sou (a mãe) e a filha.

Sou os membros de minha mãe

Sou o silêncio incompreensível

E a idéia cuja lembrança é freqüente.

Sou a voz cujo som reverbera

E a palavra que se repete

Sou a expressão vocal de meu nome.

Lilith, a primeira e única.

Feita do mesmo barro e de nenhuma
costela de Adão.

A fêmea, que se recusou a ser
subserviente, do macho que monta
para obter prazer

A Mulher que decidiu que a prazer era
dela também, e que além do
prazer a vida deveria ser encaminhada
por seus valores e desejos e
não pelos ditos do grande senhor Deus,
semelhança patriarcal

Assim, foi renegada a Prostituta,
a Bruxa, a Sombra, as Víboras e ao
mesmo tempo a possibilidade do Saber,
Criar, Obter e principalmente Conquistar

E da costela de Adão o Senhor criou
Eva, a doce, a satisfeita, a sem vida
e sem pulsão.

Até que em forma de cobra, Lilith apareceu
para criar a humanidade,
ofereceu a maça, não entendo porque
não a pêra, doce, molhada,
sensual e saborosa talvez se assustassem
com tanta luxúria divina

Mas comeram a maçã, da árvore da sabedoria,
da vida e por tanto do fim do tedioso Paraíso
do fim do Nada que era a vida

E graças a Mulher Completa, Lilith fez –se
o início de tudo,

Mas como Deus se diz macho a
patriarcado vem sufocando Liliths nas
fogueiras, nas surras domésticas, no
silêncio do medo, nas mentiras de sua figura.

Uma Pomba Gira que diz, sem disfarce
ou meias palavras, nosso mundo está se
esvaindo a cada momento, só a força das
sombras tem conseguido manter o
mínimo de sobrevivência Lilith volta com todo
seu poder de Criação e Coragem, para trazer
de volta a possibilidade de Vida, nesta Terra
que morre e se destrói a cada movimento de
Raiva, Ódio, Inveja, Cobiça e Loucura

Que a sexualidade feminina invada os ares,
os lares, a casa de Áries
(Deus da Guerra) e transforme,
num movimento alquímico, a impureza
dos desejos violentos de poder O poder
da destruição, da aniquilação
de cada ser humano que a cada dia chora,
frente ao desespero da não
esperança do amanhã.

Que volte e seja recebida com honrarias
Lilith, a única que pode
mostrar ao mundo o Sagrado Incompreensível
Valor da Vida

Pois de Morgana foi a Deusa que congelou
Merlin, o alter ego de um
rei que não sabia governar e dependia de
seu mago e seus kamikazes para sobreviver
Pois de tantas bruxas, queimou no fogo
purificador e acusador da
igreja católica

Pois de tantas mulheres íntegras conduz
a caminhos de crescimento e aprendizado

Que volte Lilith,

E nos devolva a possibilidade de comer
uma suculenta pêra, repleta
de Criação e Vida

E não mais a morte que assistimos
diariamente, ao nosso lado a nossa frente

Que venha seduzir a humanidade com
seu SER de Mestra Eterna do
feminino.




O Chamado da Deusa Negra.

A Deusa Negra fala conosco pelas
bocas de Lilith, Kali, Tiamat,
Hekate, Nix, A Madonna Negra, Nêmesis,
Morgana, Cerridwen,
Perséfone, Ereskhigal, Arianrhod, Durga,
Inanna e muitas outras.

Eu sou as trevas por trás e por baixo das
sombras.

Eu sou a ausência de ar que espera no
início de cada respiração.

Eu sou o fim antes que a vida recomece,
a deterioração que fertiliza
o que vive.

Eu sou o poço sem fundo,
o esforço sem fim para reivindicar
o que é negado.

Eu sou a chave que destranca
todas as portas.

Eu sou a glória da descoberta,
pois eu sou o que está escondido,
segregado e proibido.

Venha a mim na Lua Negra e veja
o que não pode ser visto, encare o
terror que é só seu.

Nade até mim através dos mais negros
oceanos, até o centro de seus
maiores medos.

Eu e o Deus das trevas o manteremos
em segurança.

Grite para nós em terror e
seu será o poder de suportar o
insuportável.

Pense em mim quando sentir
prazer e eu o intensificarei.

Até o dia em que eu terei o maior
prazer de encontrá-lo na
encruzilhada entre os mundos.

Sabedoria e a capacidade de dar poderes
são os meus presentes.

Ouça-me, criança, e conheça-me
por quem eu sou.

Eu tenho estado com você
desde o seu nascimento

E ficarei com você até que
você retorne a mim
no crepúsculo final.

Eu sou a amante apaixonada e
sedutora que inspira o poeta a sonhar.

Eu sou aquela que te chama ao
fim de sua jornada.

Quando o dia se vai, minhas crianças
encontram seu descanso
abençoado em meus braços.

Eu sou o útero do qual todas as coisas nascem.

Eu sou o sombrio, silencioso túmulo;

todas as coisas devem vir a mim e

suportar a morte e o renascer para o todo.

Eu sou a Bruxa que não será governada,
a tecelã do tempo,

a professora dos mistérios.

Eu corto as linhas que trazem minhas
crianças até mim.

Eu corto as gargantas dos cruéis e
bebo o sangue daqueles sem
coração.

Engula seu medo e venha até mim,

e você descobrirá a verdadeira
beleza, força e coragem.

Eu sou a fúria que dilacera a carne da injustiça.

Eu sou a forja incandescente que
transforma seus demônios internos
em ferramentas de poder.

Abra-se a meu abraço e domínio.

Eu sou a espada resplandescente que
te protege do mal.

Eu sou o cadinho no qual todos os
seus aspectos se misturam em um
arco-íris de união.

Eu sou as profundezas aveludadas
do céu noturno, as brumas
rodopiantes da meia-noite, coberta
de mistério.

Eu sou a crisálida na qual você irá
encarar o que te apavora e da
qual você irá florescer vibrante e renovada.

Procure por mim nas encruzilhadas
e você será transformada,
pois uma vez que você olhe para
meu rosto não existe volta.

Eu sou o fogo que beija as algemas e
as leva embora.

Eu sou o caldeirão no qual todos os
opostos crescem para se conhecer
de verdade.

Eu sou a teia que conecta todas as coisas.

Eu sou a curadora de todas as feridas,

a guerreira que corrige todos os erros
a seu tempo.

Eu faço o fraco forte.

Eu faço humilde o arrogante.

Eu ergo o oprimido e dou poderes ao
desprivilegiado.

Eu sou a justiça temperada com compaixão.

Eu sou você, eu sou parte de você,
estou dentro de você.

Me procure dentro e fora e você será forte.

Conheça-me, aventure-se nas trevas
para que você possa acordar com
equilíbrio, iluminação e plenitude.

Leve meu amor consigo a toda parte
e encontre o poder interior para ser quem
você quiser.

Morgan Le Fay




A Deusa

As Deusas nos Primórdios

O Chamado da Deusa

O Retorno das Deusas

Restituindo a Sacralidade

Mulheres são tecelãs

Lilith, Kali e o Feminino Sombrio.





Nenhum comentário:

Minha arte

Minha arte

Sou bruxa sim...

Sou bruxa sim...

Beijo da bruxa...Eu mesma é claro!!!

Beijo da bruxa...Eu mesma é claro!!!